Como eu queria
mudar tua palavra
para mel de rainha
liberta e nunca escrava.
Como eu queria
destrancar as defesas
girar na tua poça tesa
beber garapa de poesia.
Como eu queria
as chaves do teu coração
abri-lo à ardorosa emoção
deste amor que me renuncia.
Como eu queria
na paz nossa moradia.
Ah, como eu queria!
terça-feira, 11 de agosto de 2009
SEM NOME
Como se chama esta fúria que emana
que emerge meio santa meio cigana
que aumenta as garras, o calor e a força
quando me adoço com o mel da tua boca
e alago todo o teu recato, toda a tua poça
onde nos transbordamos em longos gemidos
infinitos? Que obriga que a gente se contorça
nesta cama — território feito fosse o paraíso?
Como se chama esta erosão repentina
que abre tua fenda outrora escondida
que elimina tenente os nãos do vocabulário
quando me visto com o teu suor almiscarado
e trafego éter sobre teu corpo, teus cálices
onde nos derretemos em longas soldagens
ardentes? Que decreta o fim das miragens
neste antideserto — reino dos mil oásis?
Como se chama esta coisa sem nome
esta dor às avessas que nos consome?
que emerge meio santa meio cigana
que aumenta as garras, o calor e a força
quando me adoço com o mel da tua boca
e alago todo o teu recato, toda a tua poça
onde nos transbordamos em longos gemidos
infinitos? Que obriga que a gente se contorça
nesta cama — território feito fosse o paraíso?
Como se chama esta erosão repentina
que abre tua fenda outrora escondida
que elimina tenente os nãos do vocabulário
quando me visto com o teu suor almiscarado
e trafego éter sobre teu corpo, teus cálices
onde nos derretemos em longas soldagens
ardentes? Que decreta o fim das miragens
neste antideserto — reino dos mil oásis?
Como se chama esta coisa sem nome
esta dor às avessas que nos consome?
sábado, 1 de agosto de 2009
LEVA
Leva por favor esse seu “S” logo
leva de vez enquanto eu choro
a vida que se esvai pelos poros
lentamente: assim eu me devoro
na imensidão do vazio que ocupa
a sua ausência ampla que desnuda
o peito, esta adaga forjada na tortura
de vê-la na luz, no breu e na penumbra.
Leva tudo. Leva também o nosso amor.
Cuida dele que eu cuido da minha dor.
leva de vez enquanto eu choro
a vida que se esvai pelos poros
lentamente: assim eu me devoro
na imensidão do vazio que ocupa
a sua ausência ampla que desnuda
o peito, esta adaga forjada na tortura
de vê-la na luz, no breu e na penumbra.
Leva tudo. Leva também o nosso amor.
Cuida dele que eu cuido da minha dor.
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Marlos Degani
- MARLOS DEGANI
- Nova Iguaçu, Rio de Janeiro, Brazil
- Marlos Degani, Nova Iguaçu/RJ, é jornalista. Lançou o seu primeiro livro de poemas chamado Sangue da Palavra em 2006 e que conta com a apresentação do poeta Ivan Junqueira, imortal da Academia Brasileira de Letras, falecido em 2014. Em setembro/14 lançou o segundo volume de poemas chamado INTERNADO, também pelo formato e-book, disponível nas melhores livrarias virtuais do planeta. Em 2021, pela Editora Patuá, lançou o seu terceiro volume, chamado UNIPLURAL. Participa como poeta convidado da edição número 104 da Revista Brasileira, editada pela Academia Brasileira de Letras, lançada em janeiro/21, ao lado de grandes nomes da literatura brasileira.