Há mil encantos nas nuvens contra o sol
e todos os matizes infinitos de sua paleta:
brancos, ocres, roxos, carmins e magentas
- ocaso furta-cor que sucumbe à noite veloz.
Há mil encantos nos balés dos oceanos
e todos os matizes infinitos de sua paleta:
verdes, pretos, berinjelas e azuis de veneta
que corto com a afiada quilha do meu pranto.
Há mil encantos no poema e até Deus duvida
que é feito a vida: parece, mas nunca foi finita.
quinta-feira, 20 de maio de 2010
MORTO
A solidão me serve um fel amargoso,
este que, dos féis, é o mais poderoso,
pois não há nada mais triste e absorto
(tua ausência que me dói dorso a dorso)
do que o cinza severo a tingir o dia e o choro,
maior do que o mar ─ e que conclui o corpo
sem ladainha nem vela nem reza nem coro:
somente eu posso e ouço o meu grito silencioso.
este que, dos féis, é o mais poderoso,
pois não há nada mais triste e absorto
(tua ausência que me dói dorso a dorso)
do que o cinza severo a tingir o dia e o choro,
maior do que o mar ─ e que conclui o corpo
sem ladainha nem vela nem reza nem coro:
somente eu posso e ouço o meu grito silencioso.
quarta-feira, 19 de maio de 2010
quinta-feira, 13 de maio de 2010
RESGATE
O tempo virou batalha
contra essas chibatadas
que a tua ausência
me crava quando alimenta
a minha dor em carne viva
(bem junto da alma aflita)
e me prende num labirinto
sem novelo e sem arbítrio.
Só a tua luz aberta
me ascende das cavernas.
contra essas chibatadas
que a tua ausência
me crava quando alimenta
a minha dor em carne viva
(bem junto da alma aflita)
e me prende num labirinto
sem novelo e sem arbítrio.
Só a tua luz aberta
me ascende das cavernas.
quarta-feira, 5 de maio de 2010
ENCANTADA
Ainda não pude te ver de perto,
mas em sonhos e versos enxergo
as tuas curvas exuberantes
e teu beijo - concerto do instante -
é foz e nascente dum mel selvagem
que descerra anseios e vontades,
que acha no breu uma nova fresta
por onde a vida se manifesta.
A pá do poema junta meus restos
que te procuram cegos e sedentos
num mar negro - sem fundo e espesso -
do naquim borrado no palimpsesto.
Te amar é recolher encantos
no sal do teu riso e do teu pranto.
mas em sonhos e versos enxergo
as tuas curvas exuberantes
e teu beijo - concerto do instante -
é foz e nascente dum mel selvagem
que descerra anseios e vontades,
que acha no breu uma nova fresta
por onde a vida se manifesta.
A pá do poema junta meus restos
que te procuram cegos e sedentos
num mar negro - sem fundo e espesso -
do naquim borrado no palimpsesto.
Te amar é recolher encantos
no sal do teu riso e do teu pranto.
terça-feira, 4 de maio de 2010
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Marlos Degani
- MARLOS DEGANI
- Nova Iguaçu, Rio de Janeiro, Brazil
- Marlos Degani, Nova Iguaçu/RJ, é jornalista. Lançou o seu primeiro livro de poemas chamado Sangue da Palavra em 2006 e que conta com a apresentação do poeta Ivan Junqueira, imortal da Academia Brasileira de Letras, falecido em 2014. Em setembro/14 lançou o segundo volume de poemas chamado INTERNADO, também pelo formato e-book, disponível nas melhores livrarias virtuais do planeta. Em 2021, pela Editora Patuá, lançou o seu terceiro volume, chamado UNIPLURAL. Participa como poeta convidado da edição número 104 da Revista Brasileira, editada pela Academia Brasileira de Letras, lançada em janeiro/21, ao lado de grandes nomes da literatura brasileira.