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segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

VARRIDO



     
Quando tudo parece
que pode ser verso,
quem sabe do verso?
Pode pôr-se entre
os biombos das horas,
nos vãos dos ventos
que sopram a poeira
e dissipam a fuligem
espessa da fumaça
do croqui da madrugada?

Quem sabe do verso?
Sempre velho verso
e que a aurora despreza
e amaldiçoa e enterra.


terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

ALGUMA DIREÇÃO NENHUMA






Um verso sem-vergonha.
É o que anseio... Esta caça
que não mira na peçonha
do vulgar que há na palavra,
e sim numa nudez da alma
− que esvaziou as cômodas,
pôs coisas no couro do estojo
e encheu quase todas as malas.






Marlos Degani

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Nova Iguaçu, Rio de Janeiro, Brazil
Marlos Degani, Nova Iguaçu/RJ, é jornalista. Lançou o seu primeiro livro de poemas chamado Sangue da Palavra em 2006 e que conta com a apresentação do poeta Ivan Junqueira, imortal da Academia Brasileira de Letras, falecido em 2014. Em setembro/14 lançou o segundo volume de poemas chamado INTERNADO, também pelo formato e-book, disponível nas melhores livrarias virtuais do planeta. Em 2021, pela Editora Patuá, lançou o seu terceiro volume, chamado UNIPLURAL. Participa como poeta convidado da edição número 104 da Revista Brasileira, editada pela Academia Brasileira de Letras, lançada em janeiro/21, ao lado de grandes nomes da literatura brasileira.