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sexta-feira, 15 de abril de 2011

AMPLO

O poema não abriga o verso
nem nada; somente uma tarefa:
inexistir na boca do poeta
que o pretende com cela e rédea,

sem saber do mundo que trafega
sobre o desfiladeiro finito
do abismo frio do seu umbigo
onde o grito não reverbera.

Cru e simplesmente inexeqüível
o poema despe-se impossível
àqueles que não o entendem livre
— antítese cabal dos limites.

Não precisa haver luz na caverna:
o que não se vê, não se encarcera.

Um comentário:

  1. Adorei expecificamente essa parte:

    "Não precisa haver luz na caverna:
    o que não se vê, não se encarcera."

    Mito da Caverna.

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Marlos Degani

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Nova Iguaçu, Rio de Janeiro, Brazil
Participa do grupo de poesia Desmaio Públiko em Nova Iguaçu. É jornalista, escreve crônicas periódicas no sítio do Baixada Fácil www.baixadafacil.com.br e lançou de seu primeiro livro de poemas chamado Sangue da Palavra em 2007 e um CD de poemas chamado MARLOS DEGANI - ATÉ AGORA em 2009, com a sua poesia completa (édita e inédita). Lançou em set/14 seu segundo volume de poemas chamado INTERNADO no formato e-book, já disponível nas melhores virtuais. Contato: marlosdegani@gmail.com