Quando se ama mais do que se pode,
quando as palavras se esfacelam
do alto de um arrepio forte,
a dor, com outras dores, se reveza
nesta rara junção de calafrios
que trava o corpo e o espírito
imersos na neblina dum abismo
sem nem mesmo saber: morto ou vivo?
Assim, quando o amor vira chaga,
somente o tempo é que apaga
as marcas do ruidoso chicote
e liberta a carne de seus cortes.
Por que é mais, é chaga, é doído?
Porque ultrapassa o infinito.
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