O verso nunca diz tudo que sabe
(pois haverá de se ter no futuro
− que rapidamente será passado −
um que o tempo salvou do escuro);
não diz porque quer, mas porque não pode
adestrar o fluxo das ampulhetas
que persegue o presente e deita
o peso de seu ligeiro galope.
E mesmo que seja para o nada
é por meio desta arquitetura,
desta cal, que toda a estrutura
do poema − pura fé − se espalha
nos desertos, na areia do verso
que o vento espana por completo.
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