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segunda-feira, 2 de março de 2015

SIDERALIDADES V



      (Ocaso com Aldir)

Quando a tarde baixa, e em frestas
cansa de ser tarde, numa luz tênue
mais pouco clara que possa haver,
fecha a última frincha que resta
e, feito tal do jeito de aurora,
vai de marrons sôfregos, quase ocres,
de rosas açafrão, rútilo, sépia,
de terracota e púrpura média.
Gosto de tudo quando amanhece,
pois tudo parece que anoitece.
Gosto de tudo quando anoitece,
pois tudo parece que amanhece,
já disse o poeta que encerra
seu canto. E abre a aquarela.


Um comentário:

  1. Por que será que essas mudanças na paisagem diária comove tanto os poetas? Será o flagrante da passagem do tempo? Belo post.
    poesiaincidente.blogspot.com

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Marlos Degani

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Nova Iguaçu, Rio de Janeiro, Brazil
Marlos Degani, Nova Iguaçu/RJ, é jornalista. Lançou o seu primeiro livro de poemas chamado Sangue da Palavra em 2006 e que conta com a apresentação do poeta Ivan Junqueira, imortal da Academia Brasileira de Letras, falecido em 2014. Em setembro/14 lançou o segundo volume de poemas chamado INTERNADO, também pelo formato e-book, disponível nas melhores livrarias virtuais do planeta. Em 2021, pela Editora Patuá, lançou o seu terceiro volume, chamado UNIPLURAL. Participa como poeta convidado da edição número 104 da Revista Brasileira, editada pela Academia Brasileira de Letras, lançada em janeiro/21, ao lado de grandes nomes da literatura brasileira.