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quinta-feira, 25 de outubro de 2012

EPÍLOGOS


Sou um poço de vícios,
uma luz apagada,
um estranho no ninho
que a lucidez bate
com cinta de espinhos
até quando a tarde
reza pelo epílogo
do ocaso da carne.

Sou a sobra do dia,
o que, na madrugada,
se desenha sob trilhas,
esgotamento, fábulas
e inúteis bravatas
que, diante do crivo
do sol, viram fumaça...
Insistente destino.

Sou um rio sem leito,
esmo, sem correntezas,
sem quilhas, sem estrelas,
onde não há desejo,
senão o de dar fim
à vida que, em mim,

foi feito o poema:

só a dor os algema.

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Marlos Degani

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Nova Iguaçu, Rio de Janeiro, Brazil
Participa do grupo de poesia Desmaio Públiko em Nova Iguaçu. É jornalista, escreve crônicas periódicas no sítio do Baixada Fácil www.baixadafacil.com.br e lançou de seu primeiro livro de poemas chamado Sangue da Palavra em 2007 e um CD de poemas chamado MARLOS DEGANI - ATÉ AGORA em 2009, com a sua poesia completa (édita e inédita). Lançou em set/14 seu segundo volume de poemas chamado INTERNADO no formato e-book, já disponível nas melhores virtuais. Contato: marlosdegani@gmail.com