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quinta-feira, 17 de setembro de 2015

VOLÁTIL


Muitos dizem
e ainda juram,
dedos em riste,
que sou impuro

e, ruim, desprezo
tudo neste mundo:
as mesas, as turmas,
as tribos e os poetas.

Fato: não sei bem
se sinto incômodo
ou aquele conforto
raro que poucos têm

quando percebo
assustado a minha
total indiferença,
real e tranqüila

que não acredita
haver duelos
contra as línguas
de vis dialetos,

não por afastar
o bom debate,
mas porque brado
contra as verdades

que me soam
mansas sem paz.
Não há rei capaz
ou alguma coroa

neste teorema
ardiloso, espesso,
mas quase alfazema
no clorofórmio, no éter

do improvável
alucinógeno
quase breve
do poema.

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Marlos Degani

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Nova Iguaçu, Rio de Janeiro, Brazil
Marlos Degani, Nova Iguaçu/RJ, é jornalista. Lançou o seu primeiro livro de poemas chamado Sangue da Palavra em 2006 e que conta com a apresentação do poeta Ivan Junqueira, imortal da Academia Brasileira de Letras, falecido em 2014. Em setembro/14 lançou o segundo volume de poemas chamado INTERNADO, também pelo formato e-book, disponível nas melhores livrarias virtuais do planeta. Em 2021, pela Editora Patuá, lançou o seu terceiro volume, chamado UNIPLURAL. Participa como poeta convidado da edição número 104 da Revista Brasileira, editada pela Academia Brasileira de Letras, lançada em janeiro/21, ao lado de grandes nomes da literatura brasileira.