Aurora ainda espreguiçava
quando teu olhar, em mim, se lançava
feito se eu fosse a tua presa
e tu a majestade das tigresas
nesta mágica que se instalou...
O que era caça se transformou
em caçador... Toda a minha lança
armada nas curvas das tuas ancas.
E nem a ressaca do meio-dia
− quando o sol a pino nos condena –
desfez o encanto; não foi antídoto...
Restou uma só palavra: obscena...
E aquela derradeira imagem:
minha carne dentro da tua carne.
Belo poema, como de costume.
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