A cada dia que passa
o horror da tua falta
corcoveia no inferno
oco onde não há eco.
E de que serve a alma
se é o corpo que pede
a compressa delicada
do calor da tua pele?
Na clausura deste vácuo
a morte não é unguento
porque não há passamento
ou de Deus ou do Diabo
que preencha o buraco
negro e esfomeado
da carcoma da saudade
este coma, esta carne
estrangeira, infiltrada
que se torna majestade
e decreta que a vida
mora na tua metade.
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