A lâmina gelada do inverno
não corta o oco das minhas veias
endurecidas, vazias e velhas
sem o sangue – a saudade bebeu-o –
que lhes justifica a existência.
E me convenço a sós: nesta terra
não noto algo que seja mais rente
ou mais frio do que o fio trépido
e o tridente fino do silêncio
da agulha quando, juntos, operam
a sutura que a tua ausência
de adamantium tornou urgente.
O vento cisma, e em vendavais,
varre minhas nuvens do nunca mais.
Bom voltar a ler os poemas de Ciferal ou Degani ou Marlos todos em um só!!!
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