AINDA
Canto I
E o tarde era noite
(cumprida na alta febre
deste lhe querer que ferve
nas vielas do meu corpo
e no lençol que aperto
molhado contra a cãibra
aguda entre as vértebras
que se contorcem em chamas),
agora tudo é cedo,
menos pro mel do seu beijo.
NÃO
Canto II
(nunca passará do não)
Tão frágil esta razão
concreta (concreto treme)
e o grafite vermelho
pichado como aviso
na portinhola da cerca
que cerca o seu alqueire
onde não me quer bem-vindo,
mas o meu sim não é duro
e blefo não pro seu mundo.
Inspirado em Eu Queria Ter Uma Bomba, canção
de Cazuza.
Canto III
Quando você sai de perto
eu penso em suicídio
(pois fiz das horas, ofício
on line do dialeto
sedutor da sua alma
quente, deslubrificada
que exibe resolvida
contra isso e aquilo),
eu penso em homicídio,
mas no fundo eu nem ligo.
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