Não há dores, enfim, e nenhuma,
que caibam no disforme poema,
pois delas, e somente, ele se alimenta,
e, também, são as origens da sua fortuna
que ilude e seduz numa clássica cilada
― o falso poder da euforia do guardanapo ―
a alma ingênua do poeta que acreditava
na força frugal da sua improvável palavra.
Para os que rejeitam a lição desta única aula,
o poema alça o seu vôo veloz e vai-se embora:
condena, implacável, os mancebos às fábulas
dos mil versos vazios em seus livros sem páginas.
onde cabe a palavra? nos descabidos vazios da poesia…
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