Teu perfume reina pelos espaços
do carro ao teu dossel do meu quarto,
dos confins da alma e do meu corpo
que traz teu sangue e sua teu gozo.
E quando eu vir de novo a tarde,
pobre tarde, não será mais a bela
cor que brilha na minha aquarela
de mel, de âmbar e de Gabriela.
Foste embora, mas o meu lençol
sobrepôs as linhas do teu contorno
− são silhuetas ou raios de sol
que em mil vezes me deixaram morto?
Por que a tua imagem teimosa
me cega, me urge e me sufoca?