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sábado, 12 de março de 2016

SUTIL




O céu tipo dálmata
da tarde quase veloz
que veio sem rastro
e mansa foi-se embora.

A noite surgiu metade clara:
quase um poema sem rota.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

VARRIDO



     
Quando tudo parece
que pode ser verso,
quem sabe do verso?
Pode pôr-se entre
os biombos das horas,
nos vãos dos ventos
que sopram a poeira
e dissipam a fuligem
espessa da fumaça
do croqui da madrugada?

Quem sabe do verso?
Sempre velho verso
e que a aurora despreza
e amaldiçoa e enterra.


terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

ALGUMA DIREÇÃO NENHUMA






Um verso sem-vergonha.
É o que anseio... Esta caça
que não mira na peçonha
do vulgar que há na palavra,
e sim numa nudez da alma
− que esvaziou as cômodas,
pôs coisas no couro do estojo
e encheu quase todas as malas.






Marlos Degani

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Nova Iguaçu, Rio de Janeiro, Brazil
Participa do grupo de poesia Desmaio Públiko em Nova Iguaçu. É jornalista, escreve crônicas periódicas no sítio do Baixada Fácil www.baixadafacil.com.br e lançou de seu primeiro livro de poemas chamado Sangue da Palavra em 2007 e um CD de poemas chamado MARLOS DEGANI - ATÉ AGORA em 2009, com a sua poesia completa (édita e inédita). Lançou em set/14 seu segundo volume de poemas chamado INTERNADO no formato e-book, já disponível nas melhores virtuais. Contato: marlosdegani@gmail.com