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domingo, 28 de junho de 2009

ENTRELINHAS

Enquanto eu te beijava
(era todo teu o universo)
um mel de mim jorrava

inexistia o errado e o certo
só a tua língua que me guiava
aos céus: esplendor de azul aberto.

Enquanto eu te ateava
(era todo teu o tudo)
uma solda se soldava

inexistia o relativo e o absoluto
só o teu gozo que me sonegava
o tempo: fim do passado e do futuro.

Enquanto eu te reanimava
(era todo teu o líquido)
um outro ser rebentava

inexistia o início e o epílogo
só o teu riso que me congelava
de suor: doce e lívido armistício.

Enquanto eu te habitava
nem o nada mais importava.

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Marlos Degani

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Nova Iguaçu, Rio de Janeiro, Brazil
Participa do grupo de poesia Desmaio Públiko em Nova Iguaçu. É jornalista, escreve crônicas periódicas no sítio do Baixada Fácil www.baixadafacil.com.br e lançou de seu primeiro livro de poemas chamado Sangue da Palavra em 2007 e um CD de poemas chamado MARLOS DEGANI - ATÉ AGORA em 2009, com a sua poesia completa (édita e inédita). Lançou em set/14 seu segundo volume de poemas chamado INTERNADO no formato e-book, já disponível nas melhores virtuais. Contato: marlosdegani@gmail.com