Páginas

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

VEIO


Foi mesmo o tal teu jeito equestre
qual, por fim, ascendeu este Sinhô
eroscrata dentro de mim lá longe,
mas que, divina, trouxeste pra perto
de um mero poeta, cuja flecha
fere a carne suja da palavra
a fim de farejar todas as brechas
e calar o ronco das tuas travas
ao murmúrio abafado das noites,
quando os contornos da maquiagem
espessa que usas atrás do rosto
escapam-te: é de vidro a máscara.
E sem que sequer pudesses notar,
navegaríamos. Nós. Num só mar.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Faça o seu comentário

Marlos Degani

Minha foto
Nova Iguaçu, Rio de Janeiro, Brazil
Participa do grupo de poesia Desmaio Públiko em Nova Iguaçu. É jornalista, escreve crônicas periódicas no sítio do Baixada Fácil www.baixadafacil.com.br e lançou de seu primeiro livro de poemas chamado Sangue da Palavra em 2007 e um CD de poemas chamado MARLOS DEGANI - ATÉ AGORA em 2009, com a sua poesia completa (édita e inédita). Lançou em set/14 seu segundo volume de poemas chamado INTERNADO no formato e-book, já disponível nas melhores virtuais. Contato: marlosdegani@gmail.com