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quinta-feira, 28 de maio de 2015

SOLILÓQUIOS



Sou o que quis ser, mas sem poder ser,
pois a realidade do poeta
não é diferente da do profeta
em solilóquio no meio da feira:
ambos fabricam peças de encaixe
− um das suas fés, outro das palavras –
e ambos conectam o que é sonho
− antes um improvável horizonte –
ao que é possível para o homem.
Sou o que quis ser, mas sem bem saber,
de prima, que o poema rebenta
natimorto, vão, aquém e absorto.
E ninguém acredita no poeta,
tampouco no verso que ele versa.


sexta-feira, 15 de maio de 2015

QUINTAIS

                                     

Inspirado em Filhos de Gandhi, canção de Gilberto Gil.


Omolu, Ogum, Oxum, Oxumaré
todo o Pessoal
só para dizer
por meio desse esquema
que amo a selva de cores
na floresta precipitada
do Reino onde reinam
os Orixás do poema.

Iansã, Iemanjá, chama Xangô
Oxossi também
só para dizer
que sei que não sei
e ninguém sabe
nem da metade da paleta
escondida por detrás
dos Seus céus escarlates.

Mercador, Cavalheiro de Bagdá
oh, Filhos de Obá
só para dizer
que no alto das estrelas
vejo um espaço dissidente
onde a poesia reverbera
no sem fim do infinito
da engenharia do poeta.

Senhor do Bonfim, faz um favor pra mim
diz para o Pessoal
só para dizer
que sei da velocidade venérea
da luz contra o calcário gasoso
e do vento que dinamita
em câmera lenta
nuvem em nuvenzinha.

Oh, meu Deus do céu, na terra é carnaval
chama o Pessoal
só para dizer
que Seus céus
são uma estação eterna
onde planto o meu jardim
e colho o furta-cor
de todas as primaveras.


segunda-feira, 2 de março de 2015

CURTIDO



O forno do meu verso quer assar
o trigo podre das mesmas palavras
sempre quase poucas – são desse mundo
onde muitos temem o absoluto
dos tudos que se resolvem à fórceps,
por meio de uma brutal cesárea
que faz natimorto o outro lado
do verbo, um infinitivo só.
Dentro da minha quase poesia,
o silêncio pode ser soberano,
pois mesmo mudo, o timbre do signo
pulsa na engenharia do pranto.
Esfrio o meu forno com um trago...
Aprendi: bebo fel e não engasgo.


SIDERALIDADES V



      (Ocaso com Aldir)

Quando a tarde baixa, e em frestas
cansa de ser tarde, numa luz tênue
mais pouco clara que possa haver,
fecha a última frincha que resta
e, feito tal do jeito de aurora,
vai de marrons sôfregos, quase ocres,
de rosas açafrão, rútilo, sépia,
de terracota e púrpura média.
Gosto de tudo quando amanhece,
pois tudo parece que anoitece.
Gosto de tudo quando anoitece,
pois tudo parece que amanhece,
já disse o poeta que encerra
seu canto. E abre a aquarela.


SIDERALIDADES IV


           
           (Aurora)

Quando a noite alta, no seu auge,
cansa de ser noite, no vasto breu
mais escuro de que possa haver,
uma frincha desabrocha suave
lá no recôndito do firmamento
e uma centelha do infinito
nasce, e de sete cores presentes,
firma a aurora e uma brisa
do próximo instante invadido
de pitadas de púrpuras tremidos,
bem mais junto de um branco navajo,
permeado de escarlate raro.
O sol abre a birosca do dia...
Há luz colorida de poesia.


SIDERALIDADES III


    
       (Na noite desaluada)

Quem pensa que a noite é só preta,
entre todos os nanquins espalhados,
norte, sul, neste sertão estrelado
de azuis severos que se estreitam
ao petróleo grave do horizonte
sobre os cinzas ardósias dos ontens
− os que ainda não amanheceram
no agora que não é mais rebento?
A noite – esta mais alta – ecoa
uma luz que avoa às avessas
na paleta oposta do inferno:
breus claros, breus médios e breus bordôs...
Minha noite tem carmim, carmesim
e um poema em branco. Sem fim.


SIDERALIDADES II



(Manhã sem o Poeta)

O poeta deixou uma neblina
de cerração chumbo e de abismo
− um clarão bege claro e vestido
de azul cobalto breve e nimbos

que tecem seus bordos − quase tecidos.
Este céu é um doce pergaminho
onde o poeta, amarelinho,
tinge sua ode ao infinito.

O sol atira na fronte da nuvem...
Vem cinza, vem oliva e vem lúmen
da crosta matutina que começa
feito se fosse um mudo alerta:

tudo passa um dia passará.
E o poeta foi. Para ficar.



SIDERALIDADES

               
           (Matinê)

Vem do céu de novo o meu espanto,
não somente pelo seu furta-cor
desse sol contra as nuvens em branco
− agora rochas de tons de marrons
de toda a sorte, claros ou âmbares,
ocres ou quase amarelos fortes.
Tem nome tamanha exuberância
desde o meu sul até o meu norte?
Desce pela tarde um raro cinza
suave que derrama seu clamor
para que este amor, quase morno,
vire verso. E mire poesia.
E quantas cores sem nome eu vejo
no céu do poema que eu desejo.


segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

BREVE



O meu próximo poema não mora
comigo. Não me habita ainda.
Sei, tão só, que fiz dele meu herói
e é bem-vindo quando sua brisa
acosta o batente da janela
que, por ele, sempre está aberta.
E se vem é de um jeito somente:
uma lufada breve, mas fremente,
e treme e deixa bem avisado
ao poeta de mil versos versados
− Sou um pé de vento de um poema
e não há quem tenha uma algema
capaz. Como prender o infinito?
Se ele disse assim, está dito.


sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

BRISA BRUTA


 “Eu preparo uma canção
 que faça acordar os homens
 e adormecer as crianças.”
                                                                          CDA, em Canção Amiga.
  
Queria escrever uma canção,
uma letra que virasse canção,
mas nunca pude e não poderei.
Se sei o motivo desta barreira?
Desconfio: o verso que é lido
da mesma forma pode ser ouvido
da música oculta do poema,
uma que a alma todinha treme
no frescor de um silêncio urgente
e amplo, feito se todo o mundo
parasse com o mundo. E com tudo
que não fosse este tom dissidente.
Só posso buscar uma melodia
dentro do poema: a poesia.


terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

CRISTALINA



Sempre te via em bissextas noites
proibidas, sentada (e divina)
naquela mesa posta na cozinha
da casa lotada de gente doida,
de madrugadas que amanheciam
movidas pelas garrafas vazias
entre as poeiras da agonia
e a densa nuvem de nicotina.
Sempre te via muito feminina,
e mais: feito uma rara rainha
de gestos delicados que enchiam
o meu caos, de completa poesia.
Sempre te sentia em alguns sonhos.
E o meu despertar era risonho.


sábado, 7 de fevereiro de 2015

CONTRAMÃOS



Não vem desta tela em branco
o enjoo que me sufoca,
mudo, de dentro para fora,
qual uma represa de pranto;
vem da lucidez do instante
mareado em que notamos,
nos muitos fracassos do homem,
a sua opção pelos ontens
trancafiados no depósito
silencioso e escuro
− o todo que virou absurdo
nas nuvens do contraditório.
E quem se perde neste mundo
vende seus nadas como tudo.


sábado, 31 de janeiro de 2015

PARTO


Foi naquele instante que você
pegou na minha mão sem avisar
no beco do banco detrás do carro,
foi ali que senti a mó ardente
a triturar os miolos de dentro
de um corpo que sublimou a alma,
pois somente cabia um desejo
cor da fresta prima da madrugada.
Foi naquele instante que vivi
o que mais me importa nesta vida:
ter a sua mão fina sob a minha
e dois corações na mesma batida.
E imediatamente eu soube
tudo o que o amor traz. E trouxe.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

DENTRO



Até noventa e dois
eu apenas ouvia
tudo o que faziam
aqueles caras todos
que giravam teimosos
nos ruídos dos meus ossos.
E então conheci outros
aqueles caras todos
e fui ler as mudas agonias
dos poetas e bissextas poesias.
Encontrei muito no pouco
e muito pouco no boquirroto.

Quero mesmo dizer o que sinto:
acho que sou um poeta de ouvido.



sábado, 6 de dezembro de 2014

MAIOR


Ninguém inventou ainda uma palavra
capaz, sinônima ou que, enfim, traduza
este amor maior do que o amor puro
que nutro por ti, um de corpo e de alma
além da carne e do brilho das estrelas,
um amor que tem na cabeça a coragem
de fugir do impossível e dos esquemas
tão preconceituosos da sociedade,
um amor que te pegaria pelos braços
e que faria nascer, em nós, duas asas,
quando a tela azul do céu (e das nuvens)
desenharia o dossel do nosso mundo.
Este amor me faz o homem que seria
teu motor e tua eterna gasolina.





sábado, 29 de novembro de 2014

13 DE DEZEMBRO



Se tu fosses minha só por um dia,

entre mil beijos eu te provaria:

não há nesta Terra um arrepio

mais forte (misto de quente e frio)

do que o sal da carne dos meus lábios

sob os teus: o caos da nossa libido.

Muito além do corpo, tua alma

− quando eu for teu e tu toda minha,

num velocíssimo passe de mágica,

num ousado doping de alegria −

veria a vida mais colorida

no azul cobalto do infinito.

E até a morte aplaudiria:

eu, a batuta; tu, a sinfonia.
 
 

terça-feira, 21 de outubro de 2014

SÚPLICAS



Que meu pai não me sopre nenhum verso,

nunca soprou, só se não dei ouvidos,

nunca dei, mas só depois de ter ido,

foi preciso assim, sem decibel,

para que o meu tímpano estúpido

começasse, enfim, a decifrar

o dialeto que ele usava

− aquele estranho silêncio púrpuro.

Que meu pai não me veja deste jeito,

lacerado, todo, lado a lado,

por uma inapelável saudade

que desfaz o que já está desfeito.

E é a voz do meu pai que revela:

não sirvo para nada. Sou poeta.
 
 
 

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

OFF



E nessas trilhas do poema

quando flutuo só, a esmo

(vou da carne ao esqueleto

e da denúncia à sentença),

 

imerso neste seu esquema

de não ter nem fim nem começo;

blefo a fé no tabuleiro

e engaveto a celeuma.

 

Não. Não há luz no cativeiro:

o poema não tem novelo.
 
 
 

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

JANELA SIDERAL



Quando te vi sorrir no plasma

desta imagem cibernética

vi, outrossim, uma janela

florida e almiscarada


muito mais que o paraíso

mais doce que o infinito

azul de todas as palavras

que não me servem para nada.


Quando vi esse teu sorriso

foi como se a minha alma

ganhasse um novo arbítrio:

o teu beijo na minha cara.


Quando vi todo teu sorriso

fiz do meu verso, proibido.

terça-feira, 26 de agosto de 2014

SAL



O amor que trago dentro do peito,
vai apenas para um endereço:
o espaço sideral dos teus beijos,
alma e corpo; o cosmo perfeito?

Há um amor maior que o amor,
pronto para negar o nó do verso
do qual se apropria o poeta
com o seu varal farpado de dor?

E tem nome isso que não tem nome?
Isso que me estilhaça o tempo
e o pulveriza entre a noite
eterna dos confins do firmamento?

O amor que trago dentro do peito
só pode ser teu, senão, nada feito.


RAJADA


É uma sina maldita
da vida, esta mania
rara de ver-te mais nítida
de fora da tua mira
neste terreno longínquo
sem metro para medi-lo
sem eco a ser ouvido
sem fim e sem infinito?
Teu portador, uma brisa
temperada e alquímica
que doma o ar, esquina
a esquina. E acima
e abaixo e crescida
espalha um alarido
motivado e movido
pelo teu perfume cítrico
mel ácido destemido
que meu corpo contorcido
inala feito um vício
poderoso e ubíquo
pelos sete orifícios
do rosto (um quase rio
quase cheio do vazio
afogado do meu cio)

que anseia a morfina
da tua paz tensa. Lívida.




segunda-feira, 18 de agosto de 2014

TRÊS COLÓQUIOS DO AINDA


AINDA

Canto I

E o tarde era noite
(cumprida na alta febre
deste lhe querer que ferve
nas vielas do meu corpo
e no lençol que aperto
molhado contra a cãibra
aguda entre as vértebras
que se contorcem em chamas),

agora tudo é cedo,
menos pro mel do seu beijo.

 NÃO

Canto II

(nunca passará do não)
Tão frágil esta razão
concreta (concreto treme)
e o grafite vermelho
pichado como aviso
na portinhola da cerca
que cerca o seu alqueire
onde não me quer bem-vindo,

mas o meu sim não é duro
e blefo não pro seu mundo.


 AINDA NÃO
                 Inspirado em Eu Queria Ter Uma Bomba, canção de Cazuza.

 Canto III

Quando você sai de perto
eu penso em suicídio
(pois fiz das horas, ofício
on line do dialeto
sedutor da sua alma
quente, deslubrificada
que exibe resolvida
contra isso e aquilo),

eu penso em homicídio,
mas no fundo eu nem ligo.


sexta-feira, 15 de agosto de 2014

RAREFEITO


A lâmina gelada do inverno
não corta o oco das minhas veias
endurecidas, vazias e velhas
sem o sangue – a saudade bebeu-o –
que lhes justifica a existência.
E me convenço a sós: nesta terra
não noto algo que seja mais rente
ou mais frio do que o fio trépido
e o tridente fino do silêncio
da agulha quando, juntos, operam
a sutura que a tua ausência
de adamantium tornou urgente.
O vento cisma, e em vendavais,
varre minhas nuvens do nunca mais.



quarta-feira, 6 de agosto de 2014

VEIO


Foi mesmo o tal teu jeito equestre
qual, por fim, ascendeu este Sinhô
eroscrata dentro de mim lá longe,
mas que, divina, trouxeste pra perto
de um mero poeta, cuja flecha
fere a carne suja da palavra
a fim de farejar todas as brechas
e calar o ronco das tuas travas
ao murmúrio abafado das noites,
quando os contornos da maquiagem
espessa que usas atrás do rosto
escapam-te: é de vidro a máscara.
E sem que sequer pudesses notar,
navegaríamos. Nós. Num só mar.


FUNDO


Mais uma vez esta manhã
de inverno azul aberto
e deste vento frio, gélido
a percorrer minhas entranhas.

Mais uma vez a luz, o céu
pincelado leve de nuvens
a estender o seu perfume
‒ fragrância de aurora breve.

E a preguiça animada
do frescor vão e esquisito:
querer te amar e amar
até fundir o infinito.


terça-feira, 15 de julho de 2014

ENFIM





                                   Vai tudo em mim, enfim, se despedindo

                                            Ivan Junqueira in Vai Tudo em Mim

 

Tudo em mim vai ficando sem graça

(igualmente com o que me rodeia).

Natal? Ano Novo? Aniversário?

Tudo, enfim, perdeu a existência,

perdeu o sentido, perdeu o ar

e o que me resta é o poema

oculto e o verso de fumaça

− que viram pó quando o sol rebenta.

E tudo em mim vai se despedindo:

meus dentes, minha mente, meu sorriso

− tudo roda velozmente nos dias,

nos anos que se passaram, no rio

desta vida que caminha sem rota,

das horas que se vão e que não voltam.
 
 

 

segunda-feira, 14 de julho de 2014

QUANDO FORES ME AMAR

     Sobre texto de Zack Magiezi



Quando fores me amar, faças nua.
Tires os diplomas, dês tua alma,
tires os cartões, as chaves do carro...
Tires tudo, pois não serás mais tua,
mas deste mundo que te emolduras
toda na silhueta do meu corpo,
dois em um: o pintor e a pintura.
Fundidos. Soldados. Ferro e fogo
até ao ponto onde só nos reste
a humanidade e uma prece
para ver se Deus faça infinita
esta fogueira que nos ilumina.
Nem mesmo a manhã brilha mais lívida
do que nossas línguas numa só língua.




MEL & FEL



Tua boca é abismo doce,
suicídio almiscarado,
um néctar qual fosse
a sobremesa do pecado

sorvido por deus e pelo diabo.

Tua ausência é poderosa ruína,
tortura aprisionada,
um breu que veloz assassina
o sol e irriga a pele orvalhada,

que é só saudade: esta navalha.


segunda-feira, 7 de julho de 2014

SIM E NÃO SEI


Já troquei
e destroquei
 o meu olhar
do teu alvo
e este foco
− o de agora
que as minhas
dilatadas retinas
mil vezes fotografam
seja na lembrança
ou no poema pirlimpimpim
seja na tua carne exata...
Tudo que há em mim
todo te despe: e me desaba.


sexta-feira, 13 de junho de 2014

SEM PIEDADE



Agora vou versar aos miseráveis

que se prendem no cipó do umbigo

às sementes mal plantadas que vagam

restritas às cercas do egoísmo

e às luzes opacas dos tapinhas

camaradas dos seus rasos comparsas

nas mesas bêbadas dos botequins

no falso brilhante da madrugada.

Agora vou versar aos idiotas

que julgam o mundo e as pessoas

e que tão somente o que importa

é o que de dentro deles ressoa

numa teimosa e cruel tortura:

a dor do não-ser. Nem coisa nenhuma.



quarta-feira, 11 de junho de 2014

OUTRA VEZ O VENTO


Foi este vento da manhã que trouxe
o perfume gelado do teu corpo,
um que me leva de volta ao ontem
e que me prende no teu horizonte
de onomatopeias delirantes
antes do depois e depois do antes;
foi este vento, pois tem teu sorriso
como emblema, que pôs alegria
na dor preta e branca dos meus dias
nesta escravidão que me domina.
Foi do vento o sabor da saliva
da tua boca (mel e ambrosia),
onde a minha alma ressuscita
e as flores nascem intumescidas.



sábado, 7 de junho de 2014

TATUAGENS




Morar no teu pensamento
é feito colher uma flor
num deserto sem fim.
Não importa se sim
não importa se não...
Este amor aqui ultrapassa
as respostas do homem:
e só há sins no meu horizonte,
porque, contigo, todos os ontens
são eternos. E gritam o teu nome.

Marlos Degani

Minha foto
Nova Iguaçu, Rio de Janeiro, Brazil
Marlos Degani, Nova Iguaçu/RJ, é jornalista. Lançou o seu primeiro livro de poemas chamado Sangue da Palavra em 2006 e que conta com a apresentação do poeta Ivan Junqueira, imortal da Academia Brasileira de Letras, falecido em 2014. Em setembro/14 lançou o segundo volume de poemas chamado INTERNADO, também pelo formato e-book, disponível nas melhores livrarias virtuais do planeta. Em 2021, pela Editora Patuá, lançou o seu terceiro volume, chamado UNIPLURAL. Participa como poeta convidado da edição número 104 da Revista Brasileira, editada pela Academia Brasileira de Letras, lançada em janeiro/21, ao lado de grandes nomes da literatura brasileira.